segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Adoção Temporária

A família de Marília acolhe regularmente um menino
Em entrevista, a jovem conta como é o convívio com o pequeno E. I. M

Marília Teixeira tem 18 anos, é estudante e juntamente com a família procura contribuir para a alegria de uma criança. O pequeno em questão é um menino cujas iniciais são E. I. M., que mora no Lar da Criança Maria João de Deus e tem dez anos. Em entrevista a Volver, Marília fala como tem sido a experiência dela e da família de pegar esse garoto e levá-lo pra casa para passar alguns dias.

"E se um dia eu tiver condições de adotar uma criança, eu vou adotar, com certeza"


Volver: Por que vocês decidiram pegar essa criança para passar alguns dias com vocês?

Marília: Eu comecei a visitar o Lar da Criança há algum tempo. Lá conheci esse menino, gostei dele e pedi pra minha mãe* pegar ele, a princípio a idéia era fazer com que ela adotasse ele, mas ela não quis. Depois ela o conheceu, gostou dele e foi então que começou o processo no orfanato: falar com a assistente social, assinar uns documentos e depois o acompanhamento da família pra saber se tem condições de receber a criança, mesmo que por poucos dias.

Volver: Há quanto tempo vocês pegam essa criança?

Marília: Há mais ou menos dois anos, porque eu já visito o Lar da Criança há mais de dois anos. Depois desse tempo a gente criou um vínculo com ele e com as outras crianças também.

Volver: Vocês pensam em adotar esse garoto algum dia?

Marília: Nós criamos uma ligação com ele. Não sei se a minha mãe pensa em adotar, porque é uma coisa muito difícil, mas acho que sim, até porque lá no orfanato, quando a criança completa certa idade, acho que 15 anos, ela é transferida para o Abrigo Dom Barreto e lá ficam as crianças que são mais rebeldes, lá a situação é bem complicada, bem mais difícil, uma triste realidade que ela tem medo que aconteça com ele.

Volver: Você sabe o que aconteceu com os pais dele?

Marília: Eu sei que o pai dele batia nele e no irmão dele também, e a mãe tem problemas mentais. Eles maltratavam, não davam carinho. Não sei se foi a mãe ou o pai que teve a iniciativa de deixá-los no orfanato, dizendo que era uma situação melhor pra eles. Mas, mesmo estando lá, eles ainda têm a chance de ficar com os pais. Tem também a questão da adoção, mas a gente ainda não sabe se isso vai ser possível.

Volver: Vocês pegam esse garoto apenas em datas especiais, como o Dia das Crianças?

Marília: É mais em feriados, datas especiais, mas às vezes, a mamãe pega ele em finais de semana, depende se ela tiver disponível.

Volver: Qual a programação quando ele está em casa?

Marília: Não tem muito que ele fazer aqui, então ele fica vendo televisão, na internet ou brincando com os brinquedos que a mamãe dá pra ele, a gente pensa em uns jogos que goste e sentamos no chão brincando com ele. Às vezes, a gente vai pra casa da vovó ou pra casa da tia, que é onde ele está agora, tomando banho de piscina ou então a gente sai pra tomar sorvete. A mamãe pegou ele no sábado e ele volta pro Lar da Criança terça-feira.

Volver: Qual a sua opinião a respeito da adoção?

Marília: Eu concordo plenamente, quem quiser adotar eu apoio, desde que dê atenção, queira, realmente, criar com carinho. E se um dia eu tiver condições de adotar uma criança, eu vou adotar com certeza.

Quer saber mais sobre o trabalho do orfanato Lar da Criança Maria João de Deus - CLIQUE AQUI

Matéria realizada ao orfanato Lar da Criança Maria João de Deus - LEIA MAIS


*A mãe da nossa entrevistada chama-se Raimunda Teixeira e não estava presente durante a entrevista exatamente por estar passeando com o garoto, que não teve o nome revelado nesta entrevista por ser menor de idade.

Por: Ana Isabel Freire (anaisabel_freire@hotmail.com) - Mariana Guimarães (mariana-guimaraes@hotmail.com) – Nina Nunes (nina_quasenada@hotmail.com)

Um comentário:

  1. Excelente reportagem sobre a adoção, mesmo que seja em feriados ou finais de semanas. Espero que com essa reportagem consiga sensibilizar a sociedade por uma iniciativa unica e especial como é a da Mariana. Equipe volver cada vez mais mostrando sua força e vontade para com a noticia e a informação.
    Abraços a todas!

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