domingo, 15 de novembro de 2009

Especial Frank Aguiar

Os sonhos de um sonhador
Entrevista com o cantor e político


Frank Aguiar recebeu a equipe VOLVER em sua suíte no Rio Poty Hotel, acompanhando da esposa Aline e da filha Luma, ainda estava com cabelos molhados de um banho e voz rouca, foi ai que entendemos quando a assessora dele disse: “O Frank está descansando”. Ele estava dormindo e acordou para nos receber (!), mas não estava com nenhum traço de mau-humor ou irritação, pelo contrário, foi super atencioso e gentil. Respondeu nossas perguntas com muita solicitude, acrescentou detalhes, contou dos bastidores e nos mostrou (todo orgulhoso) o espesso álbum de casamento e as fotos que ele fez com a esposa no Delta do Parnaíba, ela sempre alertando: “Frank, passe as fotos devagar, meninas gostam de ver os detalhes...”

Antes de iniciar a entrevista, comentamos que éramos estudantes ainda e que de certo, ele estava acostumado a lidar com profissionais, pedimos de antemão, perdão por qualquer eventual falha. Estávamos preocupadas em não vacilar com alguém que havia sido tão disponível conosco. Ele só dizia: "Que é isso? Não tem nada. Vamos lá...?"Sim, vamos! Confira a entrevista, que girou substancialmente em torno do filme “Os sonhos de um sonhador”:

Volver: Quando e como surgiu a idéia do filme?

Frank Aguiar: A historia do filme era um sonho, um desejo, acho que os artistas sonham com isso. E aí num bom momento fui provocado pelo Caco Milano e o Marcelo Barbosa, filho do Benedito Ruy Barbosa, que queriam produzir a princípio. Ai veio a novela Caminho das Índias e o pai dele chamou ele “Tem quer correr aqui comigo”. E o Caco continuou. E o projeto já tava na cabeça. E a gente não parou mais, ele foi me seguindo durante um ano, para montar o roteiro, viajando, convivendo com a família, e uma série de atividades para me conhecer e ouvindo meus depoimentos durante um ano para montar esse roteiro do filme.

Volver: E o nome do filme?

Frank: O sonho de um sonhador. Bastantes nomes foram dados e ele me veio com esse nome: “olha esse nome é interessante porque causa um pouco de perguntas nas pessoas”, alguns acham que não é certo, que é errado falar os sonhos de um sonhador e tal, mas é isso que eu quero, quero algo que chame a atenção. Na verdade, eu sou um sonhador, faz jus ao personagem da história do filme, e os sonhos é o que passava pela cabeça, principalmente daquela viagem que eu fui do Piauí para São Paulo, que vai ser retratada no filme. E aí eu achei interessante esse nome. Já tentaram mudar umas dez vezes esse nome, mas não tem jeito não. Eu gosto desse nome, me convenceu, e surgiu daí.

Volver: Não dá para contar toda uma história de vida em um filme. Ficou alguma parte de fora?
Frank: Certamente, eu tenho 39 anos de idade, vou fazer 20 anos de carreira artística, então você contar tudo isso, num longa metragem de 80, 90 minutos, é impossível, então o que é que eu fiz nesse filme: nós pegamos momentos que trazem conceitos assim de sonhos, de uma pessoa que acredita demais naquilo que ele quer, que por mais obstáculos que a vida lhe coloca, ele sempre enxerga depois do muro, a luz no fim do túnel, aquela conhecida frase. Falando de frase, me faz lembrar a frase do Platão que diz “Uma longa caminhada se inicia com um primeiro passo”, e assim eu fui criando essa história aí. Para colocar as principais partes, pelo menos a que eu gostaria que o mundo assistisse. Então vai ter aí desde a infância, a adolescência até o estrelato.


Volver: Você tem apenas 39 anos e certamente muitos outros sonhos para realizar, você pretende fazer um volume 2 do filme?

Frank: (risos) Primeiro nós vamos concluir esse aqui. Ele só fala da parte artística, não retrata a parte política que tenho como atividade também, e, não fala da vida pessoal, dos romances, essa coisa toda, só uns lancinhos de vez em quando. Porque eu era muito danado. E o segundo quem sabe, depois desse, eu vá querer criar outra história ou daqui a algum tempo mais, tem muitas histórias para contar.

Volver: Quais foram/são as maiores dificuldades em criar esse projeto?

Frank: As principais são aquelas que todas as pessoas enfrentam principalmente dessa área cultural que tem pouco incentivo. A gente tem até mecanismo de arrecadação de fundos para a realização de uma obra dessas que é muito caro, mas, eu por estar político também, evitei usar coisa pública. Então todos os custos foram como forma de patrocínios, merchandising. Então se o governo quis apoiar, ele também do outro lado cobrou: Eu quero aqui que seja mostrado isso e aquilo, para isso eu quero dar uma contribuição, pelo menos a logística porque é muito mais para se produzir, cenas que eu estou mostrado do Estado do Piauí, também eu estou bancando, com uns amigos que me ajudaram também, e essa é uma dificuldade muito grande de captação, de recursos, para um filme, milionário como esse, com uma mega-produção, que vocês vão ter oportunidade de ver, de assistirem. Mas são muitas dificuldades também, o fato de trazer toda essa equipe para cá, a gente depende de agenda, tem os atores que fazem novelas, mas assim, eu tinha que fazer jus ao título do filme, a história, a mensagem que o filme passa que é aquele cara que, não tem jeito, por mais dificuldade que ele tenha, ele quer e consegue. Então nós estamos conseguindo sim, esse início, acredito que vamos ter muitas dificuldades, de distribuição, de divulgação, atingir esse país continental todo, mas vamos enfrentar e superar e comemorar no final. É assim que o filme fala.

Volver: Como está sendo o processo de seleção da trilha sonora? Muitas músicas regionais?

Frank: Eu certamente vou usar músicas da carreira, isso é de praxe. E outras eu estou buscando com autores parceiros e também do estado, por exemplo, tem uma música que se chama Lamento de um nordestino, de um filho da terra, Francis Lopes, que ela retrata exatamente a minha partida. Um ônibus da Itapemirim para a cidade de São Paulo, em busca dos meus sonhos, deixando pai, mãe, meus amigos, a namoradinha da época, que até a Gysele que vai interpretar. Pra mim, isso é muito bom, porque envolve os filhos da terra, as pessoas daqui, as músicas são belíssimas, além do Francis Lopes, tem também o Lázaro do Piauí com a música “é feliz quem vive aqui”, a música retrata as belezas do estado e a auto-estima do povo e é tudo isso que eu quero vender pra o mundo: um Piauí feliz, alegre, sorridente e bonito. E infelizmente pouca gente conhece, no filme a gente vai passar outro conceito desse estado promissor, positivo, organizado, bonito e rico.

Volver: Geralmente, em produções biográficas alguns “enfeites” são adicionados ao roteiro, com intenção de tornar a produção mais bonita, mais emocionante... Atrativa. Aconteceu isso no “os sonhos de um sonhador”?

Frank: Isso é normal, pra rolar um pouco mais de emoção, mas nada fora da realidade, não tem nada no texto que seja mentiroso. Nenhuma passagem que não aconteceu na minha vida, eu fiz questão, né? Porque foi tanto história que eu contei, que pra resumir em um roteiro, não foi fácil, né? E a gente pegou só a nata, só as coisas boas, que já eram suficientes pra contar uma boa história real. Mas a gente vai ilustrar sem dúvida alguma as melhores coisas e principalmente, enaltecendo o estado do Piauí, o meu maior prazer e orgulho.

CONFIRA O ESPECIAL FRANK AGUIAR

VEJA NO ARQUIVO VOLVER

"Os sonhos de um sonhador"


Coletiva de imprensa do filme

MAIS INFORMAÇÕES EM:




VEJA TRECHO DA ENTREVISTA


Por: Ana Isabel Freire (anaisabel_freire@hotmail.com); Mariana Guimarães (mariana-guimaraes@hotmail.com); Nina Nunes (nina_quasenada@hotmail.com)

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